2010
Ao longo do primeiro ano do projeto,
realizamos as observações das aulas de física nos colégios por nós acompanhados
e atuamos como monitores no MUDI (o que permanece durante todos os anos). Em
alguns colégios, bolsistas ministraram monitorias no contra-turno e foram
organizadas feiras de ciências (figura 1). Além disso, durante encontros
semanais, foram feitas diversas reflexões através da leitura de artigos e
discussão de diferentes metodologias de ensino, almejando uma mudança na visão
dos bolsistas a respeito do modo como se ensina à física. A maioria desses
artigos tinham como pressuposto teórico o Construtivismo, seguindo uma visão
piagetiana sobre o processo de ensino-aprendizagem. Assim, desde o primeiro
momento começamos a refletir sobre as críticas relacionadas ao ensino
tradicional, que prioriza apenas a memorização, repetição, a aprendizagem
mecânica.
Figura 1. Feira de ciências dos colégios
2011
A partir das reflexões teóricas
realizadas, foram planejadas e aplicadas sequências didáticas (figura 2) ao
longo do ano. Estas foram de suma importância por antecipar os futuros docentes
às dificuldades encontradas em sala de aula. Os temas abordados foram mecânica,
calorimetria, eletrostática, óptica, entre outros. A feira de ciências foi
realizada em todos os colégios por nós acompanhados (o que vem se repetindo ao
longo dos anos). Ocorreu também neste ano o I Colóquio do PIBID – Física da
UEM, durante a XXI Semana da Física, no qual foram apresentados minicursos
sobre as sequências didáticas já aplicadas, painéis e palestras.
Figura 2. Sequências didáticas aplicadas
2012
Durante o ano de 2012 reiniciaram-se as
reflexões por meio das apresentações de artigos. Além disso, aconteceu o I
Encontro do PIBID onde os bolsistas apresentaram painéis e relatos orais sobre
as sequências didáticas aplicadas no ano anterior e em Agosto, alguns bolsistas
participaram do I Encontro Estadual do PIBID, em Ponta Grossa, onde foram
novamente apresentados painéis e relatos orais sobre os trabalhos já
realizados. No final do ano, durante o I Encontro Nacional do PIBID, alguns
bolsistas tiveram a oportunidade de apresentar o que vinha sendo desenvolvido
no projeto.
Figura
3. Participação
em eventos
2013
Novamente, buscamos a partir das
reflexões teóricas, preparar sequências didáticas e aplicá-las nos colégios por
nós acompanhados. Entretanto, ao longo do decorrer dos anos, nossas ideias e
concepções foram amadurecendo, o que refletiu em uma nova organização das
atividades em sala. Dessa forma, para construir nossas sequências didáticas,
partimos de pressupostos Construtivistas, buscando levar:
[...]
os estudantes a construir o seu conteúdo conceitual participando do processo de
construção e dando oportunidade de aprenderem a argumentar e exercitar a razão,
em vez de fornece-lhes respostas definitivas ou impor-lhes seus próprios pontos
de vista transmitindo uma visão fechada das ciências (CARVALHO, 2009, p. 3).
Para que ocorra essa construção dos
conhecimentos, procuramos utilizar as ideias de Piaget, que “[...] insiste na
importância do trabalho em grupo
(dinâmica de grupo)” (LIMA, 1980, p. 128), em oposição às aulas expositivas. Ao
longo destas reflexões, portanto, foi possível modificar a concepção de que uma
“boa aula” é aquela onde os conhecimentos são transmitidos de forma clara e concisa. Dessa forma, nossas aulas
foram estruturadas para que propiciassem o trabalho em grupo, buscando sempre partir
de uma situação-problema (figura 3). Os conteúdos preparados foram: quantidade
de movimento, dilatação e propagação de calor e eletrostática.
Figura 4. Atividade sendo desenvolvida em
sala de aula
Durante esse período ocorreu o II
Encontro PIBID – UEM onde foram apresentados relatos orais sobre os trabalhos
realizados neste ano. Dando sequência as atividades, reiniciaram as reflexões
teóricas, com a análise e discussão de novos artigos (atividade em andamento).
Ao longo de um trabalho que tem durado
mais de três anos, o projeto PIBID- Física possibilitou a diversos graduandos
um contato antecipado com a realidade escolar, sendo responsável por melhorar
nossa compreensão dos reais entraves da educação em nosso país; refletir sobre
a ineficácia da metodologia de ensino empregada atualmente; enfrentar a
complexidade dos conteúdos que devem ser ministrados, e perceber que para
elaborar uma aula diferenciada, faz-se necessário não apenas reflexões e
pesquisas, mas sim a intermediação entre teoria e prática.