Não pensem que as unidades não importam. Elas se importam!
Gabriel
Tonobohn

Em maio desse ano, a empresa de trem SNCF cometeu um erro que irá custar dezenas de milhões de euros aos cofres franceses: ela comprou 341 trens novos, mas que eram largos demais para caber nas plataformas.
Um erro grotesco, certamente, mas este não foi o único nem o primeiro da história. Eis aqui outros exemplos onde um pequeno erro de cálculo teve consequências catastróficas ou, pelo menos, saiu muito caro. E veja só, nenhum deles aconteceu no Brasil.
Créditos: GettyImages.
A sonda que
desapareceu
A sonda Mars Climate Orbiter foi criada para
monitorar o clima em Marte, mas desapareceu em 1999 por um “erro de cálculo”. A
equipe da NASA usou o sistema anglo-saxão de unidades (polegadas, milhas,
galões, etc), mas uma das empresas contratadas usou o sistema decimal, que
usamos mais comumente aqui no Brasil (metro, grama, litro, etc.).

O resultado foi um erro de cálculo suficiente
para fazer a sonda de US$ 125 milhões chegar perto demais de Marte ao tentar
manobrar para entrar em órbita. O mais provável é que ela tenha se destruído ao
entrar em contato com a atmosfera.
Créditos: Antonio M. Rosario/GettyImages.
A ponte que balança
A ponte
Tacoma Narrows foi criada em 1938 sobre o Estreito de Tacoma, em Washington,
Estados Unidos. Por um erro de engenharia, a ponte balançava muito e foi até
apelidada de “Ponte galopante”. Demorou apenas dois anos para que, com ventos
fortes a 65 km/h, a ponte finalmente caísse.
Os ventos causaram movimentos de torção na ponte, levando a estrutura a
colapsar. Felizmente, não ouve nenhum ferido no acidente. Uma nova ponte foi
construída no local e funciona até hoje.
Créditos: Domínio
público.
As fotos borradas do Hubble

As primeiras imagens enviadas pelo telescópio, no início dos anos 90, estavam borradas, pois seu espelho principal era muito plano. Na verdade, a diferença era de apenas 2,2 micrômetros, uma medida 50 vezes menor do que a espessura de um fio de cabelo, mas era suficiente para colocar todo o projeto em risco.
Foi necessária uma missão com um ônibus especial em 1993 para consertar o problema.
Créditos: Frank
Whitney/GettyImages.
O navio que não flutuava

Segundo arqueólogos que estudaram o navio em 1961, o problema foi que o navio era assimétrico, sendo mais espesso a bombordo do que a estibordo. Mais uma vez, a razão pode ter sido o uso de medidas diferentes, já que quatro réguas usadas para a construção foram encontradas, sendo duas calibradas com pés suecos, e outras duas com pés de Amsterdã.
Créditos: Lonely
Pianet/GettyImages.
O prédio que derrete carros
Sabe aquela “brincadeira” de queimar formigas com uma lupa? É mais ou menos isso que um arranha-céu conhecido como "Walkie-Talkie" está fazendo em Londres desde o ano passado.
Sabe aquela “brincadeira” de queimar formigas com uma lupa? É mais ou menos isso que um arranha-céu conhecido como "Walkie-Talkie" está fazendo em Londres desde o ano passado.

O prédio ainda está em construção e a empresa responsável tomou medidas de emergência, como fechar os estacionamentos próximos até que uma solução definitiva seja encontrada.
Créditos: Oli
Scarff/GettyImages¨$
O avião sem combustível

O Canadá havia recentemente adotado o sistema métrico decimal. O indicador de combustível a bordo do avião não estava funcionando e a tripulação foi responsável por fazer o cálculo do reabastecimento. Resultado: o avião, que deveria ter sido abastecido com 22300 kg de combustível, levantou voo com apenas 22300 libras, menos de metade.
Felizmente, o piloto conseguiu aterrissar na pista de Gimli. Apenas 10 pessoas ficaram levemente feridas, mas não houve nenhuma morte.
Créditos: BY-SA
3.0
Texto original disponível em: http://discoverybrasil.uol.com.br/imagens/galleries/erros-de-calculo-de-engenharia/
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